A gravidez é o momento em que a mulher precisa de maiores demonstrações de carinho e apoio.
A gravidez é um período de grandes mudanças tanto para a mulher como para o parceiro envolvendo adaptações sexuais. A sexualidade nesta fase é atingida, pois inclui mudanças anatômicas, funcionais e emocionais.
Durante o período gestacional a mulher passa por um processo de desenvolvimento que proporciona mudanças bio-psico-sociais, além das alterações físicas como o crescimento abdominal, a sensibilidade nos seios, aumento da secreção vaginal e, às vezes, náuseas e vômitos. Por causar desconforto, essas transformações exercem influência na vida sexual do casal.
A sexualidade é um assunto constrangedor para muitos homens e mulheres ainda que estes sejam parceiros, e quando se refere a essa durante a gravidez se torna ainda mais complicado abordá-la, uma vez que a mesma é um ciclo de adaptações físicas, emocionais, existenciais e sexuais.
Novas posições, novos toques, novas sensações podem ser descobertas e apreciadas pelo casal em busca de intimidade.
O orgasmo, ao contrário do que se imagina, não provoca aborto, sendo assim, faz bem para a mulher em qualquer período da gestação, diminuindo a ansiedade proveniente da mesma. É importante porque exercita os músculos do períneo que serão solicitados no momento do parto. Na verdade, os fatores que podem levar o casal a uma diminuição na qualidade sexual nesta fase são: a má informação e a má orientação.
Para proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos os envolvidos na gravidez, foi realizada uma pesquisa em 2004 com gestantes residentes em Sobral/CE com objetivo de analisar os conflitos da sexualidade diante dos fatores orgânicos e emocionais na gravidez e conhecer o vínculo materno-paterno.
Foi constatado que o que mais atrapalha o relacionamento sexual na gravidez é a alteração na libido, vindo em seguida alterações anatômicas como o tamanho da barriga. À medida que a gestação evolui, fatores orgânicos como modificações nas formas, a imagem corporal e o nível de desconforto influenciam na relação sexual.
Verificou-se que o terceiro trimestre é o período de maiores dificuldades. Percebe-se que as gestantes consideram que a atividade sexual não faz mal ao feto, porém a dúvida ainda é muito prevalente a respeito do tema, o medo de machucar o concepto ainda ocorre.
A partir da pesquisa, pôde-se compreender que a sexualidade na gravidez é permitida durante todo o período gestacional, desde que não haja contra-indicação além de ser importante para manter a afetividade do casal, melhorando a qualidade de vida.
Em relação a auto-percepção das gestantes diante das mudanças em seu corpo na gravidez, prevaleceu a auto-imagem negativa, comum nas grávidas devido não se sentirem sexualmente atraentes.
A sexualidade da mulher na gravidez dependerá, entre outros motivos, de como ela se percebe, se avalia e se valoriza nessa fase .
Quanto às alterações no relacionamento íntimo no período da gravidez a maioria respondeu que “se distanciaram” do companheiro, ou o companheiro se distanciou durante a gravidez.
A maioria das mulheres continua a atividade sexual durante a gravidez, porém com padrão diferente em relação às não grávidas.
Observa-se que os homens têm o comportamento sexual modificado pela gestação, aumentando o cuidado durante a cópula, compartilhando a reprodução, discutindo as mudanças da sexualidade.
Assim percebe-se que o homem também terá que se adaptar a grandes mudanças neste período de gravidez. Desta forma, se solidifica a idéia de que o sexo na gestação é uma dimensão importante da relação da gestante consigo mesma e com o outro, considerando-se ainda um dos fatores decisivos para a harmonia conjugal.
Conclui-se de que há uma persistência de conflitos vinculados ao exercício da sexualidade durante a gestação. Assim deve-se orientar os casais a encarar a sexualidade como um fator natural na gravidez e de proporcionar uma melhor qualidade de vida às gestantes, juntamente com seu companheiro.
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